Review: JXD S7800b – Console Android Portátil

Como já comentei no fórum e até em algumas edições do podcast, sou muito fã de portáteis, principalmente os chineses obscuros. Já tive um GP2X, possuo alguns tablets chineses e minha mais nova aquisição foi o JXD S7800b. Como já faz mais de um mês que estou com o dispositivo em mãos, acho que já tenho experiência suficiente com o aparelho para fazer um review aqui para o blog.

O aparelho

O JXD S7800b é um dos muitos portáteis da JXD (uma empresa Chinesa) e tem como proposta principal ser um tablet com controles de jogo embutido. Pense em um Galaxy Tab com um controle de Playstation 3 embutido nas laterais. O aparelho tem o mesmo formato de um PSP ou um PS Vita por exemplo, mas tem a grande vantagem de rodar Android, permitindo assim que todos os programas, jogos e hacks sejam compatíveis com o aparelho sem maiores esforços.

JXD S7800B
o S7800b é o modelo mais novo de portátil da empresa, possuindo uma tela de 7 polegadas e diversas melhorias de hardware em relação aos aparelhos anteriores da mesma família. O preço dele atualmente gira em torno de 160 a 200 USD em sites chineses.

O Hardware

As especificações de hardware e software oficiais do aparelho são as seguintes:

  • CPU: RockChip 3188 Quad Core @ 1.6Ghz;
  • GPU: MALI 400, Dual Core;
  • RAM: 2GB DDR3;
  • Memória Interna: 8GB (1GB disponível para aplicativos);
  • Slot de Cartão de Memória: MicroSD, com suporte oficial até 32GB;
  • Tela: LCD de 7 polegadas, IPS. Resolução máxima de 1280×800;
  • Bateria: 5000mAh (não removível);
  • Saídas: Alto Falantes, Fone 3.5mm, Micro HDMI (Full HD);
  • USB: Saída Micro USB com suporte a OTG para teclados, HDs e outros dispositivos suportados;
  • Câmeras: Frontal e traseira;
  • Peso: 500 gramas;

Do lado do hardware, o S7800b é muito bem construído e possui uma tela com excelente resolução e contraste de cores. Os botões, apesar de meio estranhos (em formato de triângulo ao invés dos redondos, mais comuns) funcionam e respondem muito bem aos comandos. Os controles analógicos são bem precisos e funcionam como esperado. O Dpad é extremamente funcional e útil em jogos que dependem dele, como emuladores de sistemas mais antigos.

Botões do aparelho
A novidade fica mesmo pela inclusão de gatilhos L1 L2 / R1 R2 no topo do aparelho. Apesar da posição dos botões ficar um pouco aglomerada para uso durante o jogo, eles funcionam muito bem como gatilhos (botões externos) e botões de menu ou outras funcionalidades secundárias (botões internos).

Por fim o aparelho como um todo é confortável e fácil de segurar e usar. Apesar do seu peso de 500 gramas (enquanto um PSP tem 300 gramas e um 3DS, 250), o portátil é bem confortável e se encaixa muito bem na mão. Devido ao seu tamanho (ele é MUITO maior do que aparenta), você talvez precise de algum apoio (como por o aparelho no colo) para sessões maiores de jogatina, mas isso acaba sendo mais questão de preferência pessoal do que qualquer outra coisa.

O Software

Do lado do software, o aparelho roda oficialmente Android 4.2.2 e como todo dispositivo chinês que funcione na plataforma possui pequenos problemas relacionados a ROM oficial. A primeira versão de software disponível para o aparelho (que costuma vir por padrão até nos últimos modelos) possui problemas no sistema de root (SuperSU) e alguns bugs no Launcher oficial (como ícones que voltam depois de serem deletados). Esses problemas já possuem correções não oficiais, porém para quem não quer esquentar a cabeça com correções manuais, basta realizar o update para o software oficial mais novo, que corrige esse e outros bugs já encontrados pelos usuários.

Até o momento o JXD S7800b não possui o código fonte do seu kernel aberto, o que infelizmente impossibilita a criação de ROMs e hacks mais avançados. Apesar disso, o aparelho já tem uma ROM custom, que possui diversas melhorias em relação a ROM oficial. Apesar de muito bem desenvolvida e estável, a ROM custom não é uma instalação obrigatória no portátil, ficando por conta do usuário decidir por instala-la ou não.

Além disso, o aparelho possui um curioso mapeador de botões desenvolvido especificamente para o portátil. Ao apertar um botão dedicado para tal função no aparelho (que fica embaixo do botão Home), um overlay de botões “virtuais” é exibido na tela, e através desse overlay você poderá criar botões por cima da tela de toque do aparelho que simulam os toques, permitindo assim que jogos que não suportem oficialmente um controle passem a funcionar no JXD sem necessidade de uso da tela.

Mapper do JXD S7800b
Para quem não gosta da ferramenta oficial, o aparelho é totalmente compatível com o Tincore, um dos mais famosos remapeadores de botões para Android.

Performance e Autonomia

Essa a parte que dá para encher a boca de elogios quanto ao aparelho :D. O JXD S7800b é uma MÁQUINA de se jogar, deixando absolutamente todos os portáteis que já tive no chinelo. A emulação de todos os sistemas “old school” é perfeita, sem lags, travamentos e queda de frames. Claro que os excelentes emuladores da plataforma Android possuem sua parte no mérito, mas a violentíssima CPU de 1.6Ghz do aparelho esbanja capacidade ao executa-los. Além disso, a performance dos jogos nativos do Android é praticamente perfeita. Como nesse caso quem acaba mandando mais é a GPU ao invés da CPU, alguns jogos possuem pequenas quedas de frames ou outros leves problemas em alguns momentos mais intensos, mas nada que impeça você de aproveita-los ao máximo.

 

Tem até truco do Senhor dos Anéis pra ele
Tem até truco do Senhor dos Anéis pra ele

Além disso a performance impressiona em diversas outras tarefas mais complexas, como emulação de Dreamcast, Nintendo 64 e streaming de jogos via Kainy, por exemplo. Tudo funciona de forma rápida, sem lags ou outra complicações.

Além disso, o JXD S7800b possui uma excelente autonomia de bateria na minha opinião. Se configurado corretamente (modos de economia ativos, governors de CPU ativos, etc) o aparelho pode chegar a até SETE HORAS de autonomia de bateria realizando tarefas “simples”, como emulando sistemas mais antigos (e por consequência, menos exigentes) ou rodando jogos mais simples, como o Wagic. Para jogos mais exigentes graficamente como o Dungeon Hunter 4 (O Diablo 3 da gameloft), a autonomia de bateria máxima que consegui foi de 4 horas, o que ainda assim é excelente na minha opinião.

O Fator “China” do aparelho

Antes de realizar a compra do meu aparelho, pesquisei em diversos fóruns a respeito do mesmo, conferindo reviews (bem “jovens” se podemos assim dizer, quase ~betas~) e outras opiniões de pessoas que usaram o S7800b. Todas os textos que encontrei reportavam os seguintes problemas:

  • Problemas de software (SuperSU e Launcher);
  • Problemas de “deadzone” dos analógicos;
  • Problemas de vazamento de luz na tela;
  • Problema de superaquecimento do carregador;

Após ler sobre esses problemas realmente não sabia o que esperar do meu aparelho, porém assim que ele chegou notei que o meu portátil não possuía NENHUM desses problemas (tirando o de software, que resolvi atualizando o mesmo).

Diversas pessoas reclamaram dos analógicos, porém em todos os emuladores que testei (entre eles o Nintendo 64) não notei nenhum problema com os meus. Eles respondem muito bem aos comandos e aos movimentos. Quanto ao problema de luz, alguns usuários do fórum Dingoonity constataram que ele é relacionado a alguns parafusos que vieram apertados demais no aparelho, provocando a torção da tela LCD e o vazamento da luz da mesma através da carcaça do portátil. Esse problema (que eu não tive, repito) é facilmente corrigido abrindo o console e soltando um pouco os parafusos que fixam a tela à placa-mãe.

Por fim quanto ao superaquecimento (e até queima) do carregador, fiquei em cima do muro nesse. Uso até hoje o carregador oficial que veio com o aparelho e nunca tive problemas dele falhar, não carregar o portátil ou mesmo queimar. PORÉM notei que a utilização dele enquanto se usa o aparelho (ou seja, carregar o portátil enquanto se joga) é INVIÁVEL, pois dai ele realmente chega a aquecer ao ponto de se tornar preocupante. Para quem tem planos de usar o aparelho sempre na tomada, recomendo a compra de um carregador de terceiros de maior amperagem pois com certeza o oficial não possui amperagem suficiente para carregar o aparelho enquanto ele está sendo usado.

O ponto que quero chegar com essa parte do review é que, claramente, alguns modelos ou lotes iniciais apresentam problemas visíveis de hardware. Caso alguém venha a comprar um aparelho desse que por azar do destino tenha um desses problemas, a sua única opção será troca-lo na loja ou arrumar os defeitos na sua casa, por sua conta e risco.

Conclusão

Vantagens: Desvantagens:
  • Excelente custo benefício;
  • Sistema Android relativamente atual com suporte a programas e jogos mais novos;
  • Controle físico completo, incluindo analógicos e gatilhos;
  • Bateria de longa duração;
  • Tela grande e de ótima resolução;
  • Software com poucos updates oficiais (Fator China);
  • Kernel de código fechado;
  • Gatilhos secundários em uma posição ruim;
  • Problemas de hardware nos lotes mais antigos;
  • Carregador com conexão rara (2.3mm);

O JXD S7800b é excelente aparelho, seja qual for a sua utilização. Possui uma ótima CPU que dá total capacidade de emulação ao aparelho e de execução de outras tarefas no sistema Android. Possui uma GPU simples mas que cumpre a sua função e mostra sua capacidade em jogos mais exigentes.

Review em vídeo, para os mais preguiçosos :P (mal ae por gravar contra luz, só consegui vir isso depois na hora de editar)

 

 

Maiores informações: