Video Analise
Para você, o que significa jogar video game? Bem, se você é da era em que Super Mario Bros ainda causava espanto por seus gráficos, então provavelmente acredita que jogos e controles são praticamente inseparáveis. Durante longas décadas, segurar um joystick era algo essencial na receita das jogatinas.
Mas, meu companheiro, os tempos mudam. E como mudam. Além das revoluções técnicas trazerem visuais cada vez mais fotorrealistas, elas também geram reviravoltas brutais no próprio conceito de jogar video game. A Nintendo, por exemplo, sempre arriscou nas novidades, com periféricos que simulavam rifles e até mesmo uma luva que até hoje é relembrada como um dos acessórios mais bizarros já inventados.
Com a chegada do Wii, o mundo percebeu que jogar video game não era uma experiência diretamente ligada aos botões. Os controles sensíveis a movimentos dispensavam direcionais analógicos e muitas das ações eram realizadas apenas com uma sacudida no famoso Wii Remote. A era dos controles convencionais parecia estar chegando ao fim, pelo menos para o público casual.
Contudo, foi na Entertainment Electronic Expo (E3) de 2009 que a revolução finalmente deu as caras — afinal, era isso que a Microsoft afirmava. A dona do Xbox 360 surpreendeu todos revelando um sistema de controles em que não se usa qualquer tipo de acessório como controle. É isso mesmo: nada de joysticks.
Você é o controle!
Parece até loucura, mas não segurar um controle era exatamente a grande sacada da Microsoft. Visando conquistar outro público além dos hardcores usuários do Xbox 360, a companhia de Bill Gates resolveu lançar algo que certamente conquistaria os jogadores casuais por um simples motivo: você não precisava ter experiência nos video games para se dar bem neste novo jogo.
E este novo jogo já surgia com um nome ambicioso: Project Natal. “Natal” certamente é uma palavra familiar para nós, brasileiros, e não poderia ser diferente, já que uma das grandes mentes por trás de toda a magia nasceu em terras tupiniquins. Alex Kipman decidiu elogiar a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, e arrematar o periférico como o nascimento de uma nova era do entretenimento.
Ironicamente, a Microsoft parecia não estar para brincadeiras. O Project Natal surpreendeu o mundo na Electronic Entertainment Expo e, logo em seguida, a dona do Xbox 360 começou a trabalhar intensamente na divulgação. Mas foi somente em 2010, novamente durante a E3, que o periférico recebeu um nome, após um evento que parecia ter saído diretamente dos contos de fadas — até mesmo o Cirque du Soleil estava presente.
Destrinchando o sensor
Especificações técnicas e como ele funciona
O Kinect combina vários elementos em um aparelho só, permitindo que imagens em 3D sejam capturadas e renderizadas pelo Xbox 360. Essencialmente, temos uma câmera RGB, aquelas que também aparecem em notebooks e celulares, que é usada para capturar a imagem do jogador.
Mas o grande segredo está no projetor de raios infravermelhos, que lança milhares de pontinhos no ambiente, e no sensor de profundidade CMOS. O segundo é capaz de capturar a imagem do jogador sob qualquer condição de luz, graças a uma tecnologia avançada que tornas os objetos próximos mais brilhantes. Felizmente, você não deve se preocupar com tudo isso dentro do jogo, já que todos os tutoriais são intuitivos e fazem tudo praticamente sozinhos.
Como se não bastasse, o Kinect também conta com um microfone multidirecional que pode ser usado para conversas online e também para instruir comandos ao seu video game. O avançado sistema de captura de áudio localiza a fonte acústica e cancela o som ambiente, permitindo conversas sem chiados e evitando que os sons da TV sejam capturados pelo microfone. É incrível, e funciona muito bem.
Inicialmente, o Kinect seria capaz de capturar até quatro pessoas simultaneamente, com uma extração de 48 articulações. Contudo, posteriormente a Microsoft revelou que o aparelho pode identificar até seis pessoas, mas fazer com que somente duas delas sejam jogadores ativos e com a extração de 20 articulações.

Por último, mas não menos importante, temos o eixo motorizado do aparelho. Ele permite que o ângulo seja ajustado automaticamente através de tutoriais disponibilizados pelo próprio Xbox 360. Além disso, existem alguns jogos que fazem uso do mecanismo para localizar você com mais facilidade. O motor é um dos principais motivos para que os jogadores com uma versão “antiga” (não slim) do Xbox 360 precisem conectar o Kinect na tomada — o adaptador já está incluso no pacote.
Preparando-se para a jogatina
Calibrando o Kinect
Ao ligar o Kinect em seu Xbox 360, recomendamos que você acesse as configurações e vá a “Configurações do Kinect”. Esse passo é fundamental para que o console e o aparelho estejam em sincronia, resultando em uma experiência apropriada. Ao todo, você terá de passar por três tutoriais diferentes, ajustando o acompanhamento, o áudio e a calibragem.
Todos os processos são extremamente simples, exigindo apenas a execução de pequenos testes. Depois disso, você já pode partir para outro tutorial: o do Kinect ID. Aqui, você vai aprender a configurar seu Kinect para que ele identifique seu rosto, fazendo o login automaticamente com um simples olhar para o sensor.
Durante a maioria desses testes, o Kinect analisa seu espaço: um dos fatores mais importantes para a jogatina. Um dos principais empecilhos do aparelho é exigir um espaço de aproximadamente seis metros quadrados para uma jogatina ideal. Caso contrário, o sensor pode restringir as partidas para somente um jogador, eliminando o modo multiplayer. Algo que, provavelmente, não será corrigido via software daqui algum tempo.

Outro fator que merece ser salientado é o pequeno atraso dos movimentos. O famoso lag existe sim, mas é quase imperceptível na maioria dos jogos que testamos. Na realidade, você acaba se adaptando ao atraso como em um combo em um jogo de luta. Até o momento, o lag não nos atrapalhou e nem denegriu a experiência.
Navegar pelo hub do Kinect é tranquilo, mas não tão ágil como quando usamos um controle convencional. Para acionar os ícones, você deve manter o cursor (no caso, seu braço) sobre eles durante alguns segundos até que a opção seja ativada. Com isso, para cada seleção você perde aproximadamente dois segundos a mais em relação à navegação com um joystick, por exemplo.
Há também a navegação por voz, que é acionada quando o jogador diz “Xbox”. Talvez essa opção seja mais ágil que usar as mãos, mas não há, ainda, opção para o português. Durante nossa sessão de testes, o Xbox 360 se confundiu algumas vezes, acionando opções que não foram solicitadas.
Games e mais games
O que o Kinect tem a oferecer?
Atualmente, o Kinect conta com pouco mais de 15 títulos que oferecem suporte total para o periférico. E se você está esperando por um jogo de luta decente ou um simulador de guerra, então é melhor pensar duas vezes. A grande maioria dos jogos é quase restrita aos jogadores que buscam uma experiência casual. Ou seja, nada de FPS ou games “convencionais” por aqui.
Em nossa sessão de testes, usamos cinco jogos diferentes: Kinect Adventures, Joy Ride, Kinect Sports, Dance Central e Kinectimals. Alguns jogos trazem propostas parecidas, como é o caso de Adventures, Sports e até mesmo Kinectimals, mas outros surpreendem. Dance Central é, sem dúvidas, uma das melhores experiências no Kinect, principalmente pelo fato de, finalmente, ser um jogo de dança no qual você realmente dança.

No Brasil, essas são as opções disponibilizadas oficialmente pela Microsoft. Contudo, em breve, tanto aqui quanto no restante do mundo, jogadores esperam por grandes promessas e, principalmente, grandes propriedades intelectuais. Gears of War Kinect ainda é um dos jogos que queremos jogar com o próprio corpo.
O bacana é que, até o momento, os jogos oferecem uma experiência bastante dinâmica e que demonstra claramente as possibilidades do periférico. Alguns títulos permitem que o jogador saia e volte ao jogo a qualquer momento, sendo um exemplo mestre de casualidade.
Os tutoriais também se estendem para dentro dos títulos, onde aparecem discretamente para mostrar que o jogador está fora da área de alcance. Quando algo fugir de seu controle, basta levantar o braço esquerdo e aguardar para acionar o menu de pausa. Em suma, qualquer um pode chegar em frente à TV e jogar.
Vale a pena?
O Kinect foi um dos acessórios mais especulados dessa geração, considerado como o divisor de águas da história dos games. Mas, e aí, será que este vislumbre tecnológico é mesmo verdade? Bem, hoje, o Kinect é uma excelente opção para quem busca diversão em ritmo casual. Ou seja, se você quer se divertir de uma maneira distinta em relação aos gêneros que jogamos com controles convencionais, então essa é a sua praia.
O sensor é diferente e traz experiências diferentes. Resta esperar se a Microsoft e as outras desenvolvedoras conseguirão dar conta de toda essa tecnologia, evitando o lag — presente em alguns jogos mal programados — e trazendo algo interessante também para o público hardcore. Não há como negar que o Kinect tem potencial, mas o fato é que, no momento, ele não está sendo 100% explorado. Como prova, temos os hacks que surgiram na internet.
Em suma, agora, o Kinect vale a compra para quem quer usar o Xbox 360 para uma experiência casual, juntando a galera para dar boas risadas. Mas, quem gosta dos jogos hardcore deve esperar mais um pouco para investir nessa nova jornada.

Para você, o que significa jogar video game? Bem, se você é da era em que Super Mario Bros ainda causava espanto por seus gráficos, então provavelmente acredita que jogos e controles são praticamente inseparáveis. Durante longas décadas, segurar um joystick era algo essencial na receita das jogatinas.
Mas, meu companheiro, os tempos mudam. E como mudam. Além das revoluções técnicas trazerem visuais cada vez mais fotorrealistas, elas também geram reviravoltas brutais no próprio conceito de jogar video game. A Nintendo, por exemplo, sempre arriscou nas novidades, com periféricos que simulavam rifles e até mesmo uma luva que até hoje é relembrada como um dos acessórios mais bizarros já inventados.
Com a chegada do Wii, o mundo percebeu que jogar video game não era uma experiência diretamente ligada aos botões. Os controles sensíveis a movimentos dispensavam direcionais analógicos e muitas das ações eram realizadas apenas com uma sacudida no famoso Wii Remote. A era dos controles convencionais parecia estar chegando ao fim, pelo menos para o público casual.
Contudo, foi na Entertainment Electronic Expo (E3) de 2009 que a revolução finalmente deu as caras — afinal, era isso que a Microsoft afirmava. A dona do Xbox 360 surpreendeu todos revelando um sistema de controles em que não se usa qualquer tipo de acessório como controle. É isso mesmo: nada de joysticks.
Você é o controle!
Parece até loucura, mas não segurar um controle era exatamente a grande sacada da Microsoft. Visando conquistar outro público além dos hardcores usuários do Xbox 360, a companhia de Bill Gates resolveu lançar algo que certamente conquistaria os jogadores casuais por um simples motivo: você não precisava ter experiência nos video games para se dar bem neste novo jogo.
E este novo jogo já surgia com um nome ambicioso: Project Natal. “Natal” certamente é uma palavra familiar para nós, brasileiros, e não poderia ser diferente, já que uma das grandes mentes por trás de toda a magia nasceu em terras tupiniquins. Alex Kipman decidiu elogiar a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, e arrematar o periférico como o nascimento de uma nova era do entretenimento.
Ironicamente, a Microsoft parecia não estar para brincadeiras. O Project Natal surpreendeu o mundo na Electronic Entertainment Expo e, logo em seguida, a dona do Xbox 360 começou a trabalhar intensamente na divulgação. Mas foi somente em 2010, novamente durante a E3, que o periférico recebeu um nome, após um evento que parecia ter saído diretamente dos contos de fadas — até mesmo o Cirque du Soleil estava presente.
Destrinchando o sensor
Especificações técnicas e como ele funciona
O Kinect combina vários elementos em um aparelho só, permitindo que imagens em 3D sejam capturadas e renderizadas pelo Xbox 360. Essencialmente, temos uma câmera RGB, aquelas que também aparecem em notebooks e celulares, que é usada para capturar a imagem do jogador.
Mas o grande segredo está no projetor de raios infravermelhos, que lança milhares de pontinhos no ambiente, e no sensor de profundidade CMOS. O segundo é capaz de capturar a imagem do jogador sob qualquer condição de luz, graças a uma tecnologia avançada que tornas os objetos próximos mais brilhantes. Felizmente, você não deve se preocupar com tudo isso dentro do jogo, já que todos os tutoriais são intuitivos e fazem tudo praticamente sozinhos.
Como se não bastasse, o Kinect também conta com um microfone multidirecional que pode ser usado para conversas online e também para instruir comandos ao seu video game. O avançado sistema de captura de áudio localiza a fonte acústica e cancela o som ambiente, permitindo conversas sem chiados e evitando que os sons da TV sejam capturados pelo microfone. É incrível, e funciona muito bem.
Inicialmente, o Kinect seria capaz de capturar até quatro pessoas simultaneamente, com uma extração de 48 articulações. Contudo, posteriormente a Microsoft revelou que o aparelho pode identificar até seis pessoas, mas fazer com que somente duas delas sejam jogadores ativos e com a extração de 20 articulações.

Por último, mas não menos importante, temos o eixo motorizado do aparelho. Ele permite que o ângulo seja ajustado automaticamente através de tutoriais disponibilizados pelo próprio Xbox 360. Além disso, existem alguns jogos que fazem uso do mecanismo para localizar você com mais facilidade. O motor é um dos principais motivos para que os jogadores com uma versão “antiga” (não slim) do Xbox 360 precisem conectar o Kinect na tomada — o adaptador já está incluso no pacote.
Preparando-se para a jogatina
Calibrando o Kinect
Ao ligar o Kinect em seu Xbox 360, recomendamos que você acesse as configurações e vá a “Configurações do Kinect”. Esse passo é fundamental para que o console e o aparelho estejam em sincronia, resultando em uma experiência apropriada. Ao todo, você terá de passar por três tutoriais diferentes, ajustando o acompanhamento, o áudio e a calibragem.
Todos os processos são extremamente simples, exigindo apenas a execução de pequenos testes. Depois disso, você já pode partir para outro tutorial: o do Kinect ID. Aqui, você vai aprender a configurar seu Kinect para que ele identifique seu rosto, fazendo o login automaticamente com um simples olhar para o sensor.
Durante a maioria desses testes, o Kinect analisa seu espaço: um dos fatores mais importantes para a jogatina. Um dos principais empecilhos do aparelho é exigir um espaço de aproximadamente seis metros quadrados para uma jogatina ideal. Caso contrário, o sensor pode restringir as partidas para somente um jogador, eliminando o modo multiplayer. Algo que, provavelmente, não será corrigido via software daqui algum tempo.

Outro fator que merece ser salientado é o pequeno atraso dos movimentos. O famoso lag existe sim, mas é quase imperceptível na maioria dos jogos que testamos. Na realidade, você acaba se adaptando ao atraso como em um combo em um jogo de luta. Até o momento, o lag não nos atrapalhou e nem denegriu a experiência.
Navegar pelo hub do Kinect é tranquilo, mas não tão ágil como quando usamos um controle convencional. Para acionar os ícones, você deve manter o cursor (no caso, seu braço) sobre eles durante alguns segundos até que a opção seja ativada. Com isso, para cada seleção você perde aproximadamente dois segundos a mais em relação à navegação com um joystick, por exemplo.
Há também a navegação por voz, que é acionada quando o jogador diz “Xbox”. Talvez essa opção seja mais ágil que usar as mãos, mas não há, ainda, opção para o português. Durante nossa sessão de testes, o Xbox 360 se confundiu algumas vezes, acionando opções que não foram solicitadas.
Games e mais games
O que o Kinect tem a oferecer?
Atualmente, o Kinect conta com pouco mais de 15 títulos que oferecem suporte total para o periférico. E se você está esperando por um jogo de luta decente ou um simulador de guerra, então é melhor pensar duas vezes. A grande maioria dos jogos é quase restrita aos jogadores que buscam uma experiência casual. Ou seja, nada de FPS ou games “convencionais” por aqui.
Em nossa sessão de testes, usamos cinco jogos diferentes: Kinect Adventures, Joy Ride, Kinect Sports, Dance Central e Kinectimals. Alguns jogos trazem propostas parecidas, como é o caso de Adventures, Sports e até mesmo Kinectimals, mas outros surpreendem. Dance Central é, sem dúvidas, uma das melhores experiências no Kinect, principalmente pelo fato de, finalmente, ser um jogo de dança no qual você realmente dança.

No Brasil, essas são as opções disponibilizadas oficialmente pela Microsoft. Contudo, em breve, tanto aqui quanto no restante do mundo, jogadores esperam por grandes promessas e, principalmente, grandes propriedades intelectuais. Gears of War Kinect ainda é um dos jogos que queremos jogar com o próprio corpo.
O bacana é que, até o momento, os jogos oferecem uma experiência bastante dinâmica e que demonstra claramente as possibilidades do periférico. Alguns títulos permitem que o jogador saia e volte ao jogo a qualquer momento, sendo um exemplo mestre de casualidade.
Os tutoriais também se estendem para dentro dos títulos, onde aparecem discretamente para mostrar que o jogador está fora da área de alcance. Quando algo fugir de seu controle, basta levantar o braço esquerdo e aguardar para acionar o menu de pausa. Em suma, qualquer um pode chegar em frente à TV e jogar.
Vale a pena?
O Kinect foi um dos acessórios mais especulados dessa geração, considerado como o divisor de águas da história dos games. Mas, e aí, será que este vislumbre tecnológico é mesmo verdade? Bem, hoje, o Kinect é uma excelente opção para quem busca diversão em ritmo casual. Ou seja, se você quer se divertir de uma maneira distinta em relação aos gêneros que jogamos com controles convencionais, então essa é a sua praia.
O sensor é diferente e traz experiências diferentes. Resta esperar se a Microsoft e as outras desenvolvedoras conseguirão dar conta de toda essa tecnologia, evitando o lag — presente em alguns jogos mal programados — e trazendo algo interessante também para o público hardcore. Não há como negar que o Kinect tem potencial, mas o fato é que, no momento, ele não está sendo 100% explorado. Como prova, temos os hacks que surgiram na internet.
Em suma, agora, o Kinect vale a compra para quem quer usar o Xbox 360 para uma experiência casual, juntando a galera para dar boas risadas. Mas, quem gosta dos jogos hardcore deve esperar mais um pouco para investir nessa nova jornada.

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